sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Divinos Devaneios

Um segredinho sobre Deus: Ao contrario do que muitos pensam sobre sua estaticidade, Deus é movimento. Mais que um supremo arquiteto, ELE é um organismo do qual o universo é composto. Ele nao é o universo, assim como Teu corpo não é você, e eu não sou ELE, assim como um neurônio não sou eu. Assim pergunta-se: onde diacho estamos? No movimento, na vontade que faz este padrão brotar destas mentes insanas e vorazes de beleza. Minha mente é o deus de meu templo. O templo de Deus é o universo, e sua divindade é expressa pela vontade contida no fluir das coisas. este fluir ritmado, compassado, uma verdadeira sinfonia cotidiana, que pode ser apreciada a qualquer momento com todos os sentidos, com cada neurônio que ele arquitetou para que nós o reproduzissemos à sua imagem e semelhança. Deus é o propósito manifesto em cada peça do quebra-cabeça do qual a realidade se compõe.

Labirintos Mentais

Cada um de nós está preso a um labirinto que desmorona no passado conforme o atravessamos, e a cada passo que damos dentro dele rumamos para uma vida vazia e sem sentido. Seguindo o caminho que foi feito é mais facil, pois está tudo pronto, bastam algumas escolhas quando nos vemos em algumas de suas encruzilhadas: esquerda ou direita? à frente ou para os lados?

A unica recompensa é saber que estamos protegidos no caminho que nos fizeram.

Estar preso a um labirinto com paredes de isopor... isto não é liberdade, é submissão. Mas infelismente, mesmo que eu passe a vida destruindo muros, nao conseguirei destruir a todos, entao me conformo em seguir onde me aprouver, aqui e ali e, quem sabe, algum dia encontrar companhia para as sucessivas demolições.

sábado, 16 de abril de 2011

A Ignorância é uma Bencão?

Educação enquanto forma de construir a realidade do ser humano


Bom, eu não gostaria de me limitar a apontar tópicos sobre a ignorância generalizada no país, e sim, aproveitar para dividir certa visão que tenho para solucioná-las, Pelo menos em parte.
O fato é que a ignorância nos moldes modernos é generalizada até mesmo quando se estuda para algo. Ao fazê-lo, tem-se em vista somente um objetivo, algo material. Ora, é claro que ao se iniciar uma tarefa, um objetivo é predefinido, e não há culpa nisto. Porém me refiro ao verdadeiro valor das atividades humanas, o ser humano existe para sentir-se vivo, compartilhar do mundo e suas sensações, seus prazeres. Sendo assim, ele sente, busca e encontra seu prazer da forma que lhe for mais acessível, da forma que seu meio lhe permite.
Todos conhecemos as deficiências do ensino brasileiro, mas infelizmente questionamos apenas a qualidade e não os métodos, estes, incompatíveis com a realidade de muitos meios em que nossas crianças estão inseridas. Cito o exemplo clássico de uma favela, onde há vocabulário, costumes e valores bem diferentes do de alguém que habita uma área mais "democrática". O fato é que as prioridades são diferentes, independente do dito popular vazio e esmagador: "estude para ser alguém na vida". Tal afirmação torna-se vazia devido a extrema abstração que é exigida para que crianças e jovens, vivendo em meios onde não há valor no saber, a compreendam. Tornando o aprendizado mero requisito para suas conquistas na sociedade, em detrimento do prazer tão imprescindível no cotidiano, eis o erro. Creio que muitos de vocês meus amigos, sabem do que falo. O prazer de se aprender algo que se gosta, a recompensa por desbravar o complexo, a sensação de conquistar o conhecimento.
Mas este método pedagógico que desprestigia o conhecimento e o reifica, tem sido utilizado como meio de alienação do cidadão de duas formas ao que pude perceber: em meios medianamente abastados tem-se uma cultura em torno do aprendizado mecânico, e praticamente seu objetivo é cumprir ritos sociais do meio, a tradição do conhecimento enciclopédico, reinante desde o Brasil colônia. Ao que posto em prática, tal método, não cria um cidadão crítico, capaz de obter um prazer algo mais livre do ato de consumir, e sim, alguém altamente manipulável, devido sua habilidade bem treinada de assimilar tudo de inútil que lhe propuserem por simples convenção. Tornando-o um cidadão ideal para a cultura de exploração, absoluta em nosso país. Fazendo dos prestigiados graduados, mais uma engrenagem de um sistema maléfico para todos. A outra forma seria através da evasão escolar, conseqüência inevitável das diferenças inter-meios perante as mesmas exigências. Percebendo-se a perpetuação de uma cultura não apenas de subescolaridade, como também de subemprego. É claro que exceções se fazem presentes nos dois meios nos quais apoiei minha exposição, tais como graduados com senso crítico apurado e menor dependência do consumo para obter satisfação, e a boa e velha lição de superação tão valorizada por todos, onde um pobre move-se um degrau acima na cadeia socioeconômica. Tudo engrenagem de um jogo viciado, onde o que se tem são perpetuações de castas e o modelamento segundo padrões de consumo. As conseqüências são as boçalidades a que estamos expostos cotidianamente nos diversos meios de comunicação a que temos acesso: Corrupção, criminalidade, dependência química, distúrbios relacionados ao consumo, à alimentação, toda sorte de desordem humana.
Considerando-se como a origem de nossos males esta condição de insatisfação latente propiciada pelo nosso modo de vida, que não se adequa ás necessidades genuinamente humanas, e sim, ao funcionamento de um gigante construído por mãos e alimentado com suor. Acredito que uma reforma no método pedagógico, possa ser a maneira mais eficaz de se começar a realizar algo que represente mudanças mais profundas, assentadas na verdadeira satisfação de um ser humano.
Há de questionar-se o que seria tal satisfação, esta é nada mais do que o prazer de se fazer o que gosta, algo para o qual um homem possui afinidade e aptidão. E se chegaria a este resultado ensinando a uma criança todo um leque de opções, e observados os resultados, encaminhá-las para o pleno desenvolvimento daquilo que a satisfizer. É claro que voltado para uma área de conhecimento utilizável para a sociedade. Creio que tal equilíbrio entre as demandas socioeconômicas e sua própria satisfação tratará de mante-la atenta e motivada para o seu devido aproveitamento educacional, e seu desenvolvimento enquanto cidadã. Ou seja, quando o tempo dedicado à sua área de atuação for verdadeiramente prazeroso, as demandas por outras fontes de prazer terão seu peso diminuído. Constituindo uma mudança de hábitos, valores e perspectivas, imprescindíveis para um verdadeiramente democrático modo de vida. Este, passível de ser administrado ao maior número de pessoas, gerando uma sociedade algo mais próxima das demandas de satisfação de que um ser humano, enquanto ser instintivo, não é capaz de abrir mão sem danos, em prol de qualquer que seja o objetivo.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Theos Asophos

Theos Asophos

Num ato de ostentação próprio de nossa natureza erguemos o receptáculo de nossa ambrosia: dançamos e celebramos à milênios de saberes acumulados no cálice dourado da técnica e regozijamos de nossa Divindade recém adquirida. Ébrios, em busca de nossos novos prazeres e entregues a rituais inconscientes, o trepidar de nossos corpos sangra gotas do poderoso conteúdo de nossos cálices, varrendo milhões do globo em explosões cataclísmicas que atingem as nações. Umas mais, outras menos, mas em todas estão as crateras que acumulam o sangue de nossas vítimas. Carregado ao vento, o odor de suas vidas não nos deixa esquecer o preço por flertar com a técnica sem beber do cálice do divino conhecimento.

Thiago Henrique Duarte

Nilópolis, 07 de Junho de 2009

sábado, 7 de agosto de 2010

Baseado em Fatos Surreais

Quando todos os dias eram iguais, num dos momentos em que a lucidez tentava se instalar, olhei ao meu redor como que vendo tudo pela primeira vez, a sensação de que estava sonhando era inconfundível. Quando voltei para mim em reflexão: não havia passado, o futuro era incerto e a sensação de desamparo e ausência de sentido era esmagadora. Subi em um lugar alto para confrontar o desconhecido, o mundo.Ao vazio eu Perguntei: Eu existo? Eu realmente estou aqui ? Se Deus existe, qual o propósito disto tudo ?
Eis o ser humano reduzido àquilo que o consubstancializa e singulariza perante toda a criação, eis a Coisa Pensante.