terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Theos Asophos

Theos Asophos

Num ato de ostentação próprio de nossa natureza erguemos o receptáculo de nossa ambrosia: dançamos e celebramos à milênios de saberes acumulados no cálice dourado da técnica e regozijamos de nossa Divindade recém adquirida. Ébrios, em busca de nossos novos prazeres e entregues a rituais inconscientes, o trepidar de nossos corpos sangra gotas do poderoso conteúdo de nossos cálices, varrendo milhões do globo em explosões cataclísmicas que atingem as nações. Umas mais, outras menos, mas em todas estão as crateras que acumulam o sangue de nossas vítimas. Carregado ao vento, o odor de suas vidas não nos deixa esquecer o preço por flertar com a técnica sem beber do cálice do divino conhecimento.

Thiago Henrique Duarte

Nilópolis, 07 de Junho de 2009

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